19/02/11

Já no activo, (:

Aroo, queridos seguidores e não seguidores. Estou de volta ao activo, com o meu computador de volta. FINALMENTE! E, para começar em grande, espero, deixo-vos o primeiro capítulo de uma história. Esta história está a começar a existir porque me inscrevi num Concurso de Escrita Colaborativa da Biblioteca da minha escola e que consiste em escrevermos (eu e toda a gente que entrou no concurso) um primeiro capítulo de uma história. Todos os primeiros capítulos vão ser lidos pelos júris e, de entre todos, um vai ser escolhido para sofrer continuação. Nesta segunda fase, todos terão que escrever um segundo capítulo para o primeiro eleito e sucessivamente. No final será eleito um vencedor que receberá o devido prémio! Aqui fica o meu primeiro capítulo e desejem-me sorte, :)

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- Deus queira que isto acabe depressa - pensei ao ver que ainda faltava mais dois exercícios para, finalmente, finalizar os trabalhos de casa de matemática - Esta professora tinha fama de ser má, mas de má nada tem. Nada excepto o facto de mandar páginas e páginas de trabalhos de casa, mas isso são pormenores... Mas o que realmente me interessa neste momento é acabar os restantes exercícios para poder estudar filosofia, visto que tenho teste na quinta-feira e hoje já é terça-feira.
 Mas o cansaço e o silêncio absoluto, não estão a facilitar o processo. Não tinha dormido nada devido à corrente de sonhos que invadiram o meu subconsciente nessa noite. E, antes que me pudesse concentrar outra vez no que devia, deixei a mente monologar acerca do sucedido
Sonhei, outra vez, contigo. Bom, não foi só contigo, mas acho que só tu interessavas. Como sempre, foste o foco de luz da minha noite. E sim, lá estávamos nós os dois, embrenhados no meio de tanta gente conhecida e sem nos falarmos. Nem um olhar trocado, nem uma simples frase, nada.
- Concentra-te na lógica da matemática – pensei voltando à terra - e esquece a subjectividade desse sentimento. Tu és racional, não irracional.
Forço-me a desviar a minha atenção para os trabalhos de casa, o que realmente era suposto fazer. E, na minha cabeça, os pensamentos não param:
- Ora bem, a função x é um meio de x vezes quatro x ao quadrado, mais sete x e menos três terços de x ao cubo… Defina (…)
                Passados quinze minutos já tenho os trabalhos todos feitos e certos, graças às soluções, pensei e sorri. Arrumo as coisas de matemática e tiro as de filosofia. Abro o caderno e…
- Então Edmundo, não fostes à aula?
Olhei para cima, era a Mafalda com o seu cabelo ligeiramente húmido por causa da chuva e apanhado num totó mesmo no cimo da cabeça.
- Pelos vistos não, certo? – Respondi secamente.
A resposta fora forçada. Sinceramente, não me apetecia muito estar a falar com ela. Ainda por cima ela tinha admitido à duas semanas que estava interessada em mim. Interesse este que não era mútuo e tornava a situação um tanto desagradável.
- Oh, sim! – Ela revirou os olhos - Mas porque é que não foste? Não te apeteceu?
E pronto, - pensei - tinha que vir aquele toque de ironia no final da pergunta e o olhar de desprezo... Típico teu!
- Exacto, não me apeteceu. Ainda por cima tinha coisas de outras disciplinas pendentes e decidi pô-las em dia. Mas como é que sabes que não fui à aula?
- Agora só me faltava ela andar a seguir-me. – Pensei antes de me repreender - Que ridículo, já estás com a mania da perseguição!
- Porque a Maria Correia perguntou por ti. Disse que tinha ido distribuir as cartas do Dia dos Namorados, ela é quem está a tratar dessa actividade em âmbito de uma disciplina qualquer, mas já sabias disso não já?, bom e ela disse-me que tinha uma carta para te entregar e que não estavas lá. – Com um gesto de mão ela tentou apanhar uma mecha de cabelo que não estava lá - Acabei de me cruzar com ela no corredor quando me dirigia para aqui quando ela perguntou-me se te tinha visto.
- Sim sim, sabia disso. Obrigado, e já agora se a tornares a ver diz-lhe que estou aqui. – Ela ia continuar a falar mas fui mais rápido silenciando-a - Agora, se não te importas, tenho que começar a estudar.
 - Uma carta? – Pensei - Só pode ser da Catarina, ou da Margarida ou até mesmo da Cláudia. Só elas para me escreverem uma carta no Dia dos Namorados. Mas, será dela? (…)
- Finalmente – pensei ao sair da aula de química – estou mesmo farto disto. Só quero ir para casa e sentar-me no meu puff!
- Edmundo! Ed! Espera aí! – Correia, sem dúvida.
- Olá Correia, diz-me. – Nem olá, nem adeus… andas mesmo mal-educado, repreendi-me.
- Era para te entregar a uma carta do Dia dos Namorados! Toma, – remexeu na sua mala roxa, que eu sempre gostei, e retirou um envelope, bege, A4, e entregou-mo aqui tens! E não vem assinada, deve ser uma admiradora secreta, hehe.
- Pois, deve ser. Bom, um bom fim-de-semana, beijinhos.
Peguei na carta – foi mais arrancada da mão dela do que outra coisa ed, comporta-te! – e segui caminho para a estação. Mas, ao chegar ao portão da escola deparei-me com o porteiro a esperar que toda a gente passa-se o cartão escolar na máquina para que déssemos saída.
- Óptimo, excelente! – Exclamei.
Atirei a mala de educação física e do ginásio que pesava toneladas para o chão molhado da chuva, e, ao tentar tirar a carteira do bolso com a mão esquerda e tentava prender a carta entre os meus lábios enquanto segurava a mala da escola com a mão direita, deixei-a cair. Agora, com ambas as mãos ocupadas, era impossível agarrar a carta. E assim fiquei a vê-la voar até cair ali perto, no chão.
- Formidável. – A ironia predominava na minha voz apenas audível para mim.
O meu eu interior já nem me repreendia nem se dava ao trabalho de dizer fosse o que fosse. Passei o cartão e arrumei-o na carteira o mais rapidamente possível para poder apanhar a carta. Não que me interessa-se muito, mas talvez porque tinha uma réstia de esperança que fosse dela.
- Não é, para com isso. – Disse-me o meu eu interior. – Pára com essas fantasias, esquece-a!
Atravessei a torrente de corpos que me empurravam para a saída da escola arrastando as malas pelo chão, literalmente. Quando finalmente alcancei a carta, peguei nela com o ódio a pulsar-me nas veias e metia no bolso sem cuidado algum. Saí da escola, fui para a estação, onde cheguei quase todo encharcado.
- É só para te melhorar o que resta do teu dia, felizmente. A seguir devo levar com um raio e ser atropelado por um óvni, pelo andar das coisas. – Apesar de toda a frustração que sentia, não fui capaz de não sorrir ao pensar no que acabara de dizer.
Mal cheguei a casa, larguei as malas perto do aquecedor para que pudessem secar, tirei as botas e as meias que pingavam água, literalmente, peguei no pijama e numa nova muda de peça interior e dirigi-me para a casa de banho. Despi-me e pus a água quente a correr enquanto tapava o ralo da banheira.
- Um banho de imersão e uma bela noite de sono, tudo perfeito. – Pensei ao entrar na água e ao deitar-me no chão da banheira. A água quente produzia vapor ao tocar na minha pele, molhada, e gelada, e provocava-me arrepios desde a nuca até às coxas. Todo eu tremia em contacto com aquele calor puro, eficaz.
Nunca mais me lembrei da carta que tinha retirado no bolso e posto em cima da cama, ainda por fazer, esquecida. Talvez tenha perdido o interesse ou até mesmo a fé que tinha depositado naquele simples e frágil objecto de que talvez, e só talvez, fosse dela. Mas lá no fundo, eu sabia que nunca poderia ser dela, nunca. Mas, se eu tivesse tomado atenção naquela altura, talvez teria visto algo que, por muito insignificante que fosse, poderia mudar o rumo de toda a minha vida. A verdade é que, com toda a agitação, dentro e fora de mim, não cheguei a reparar que a carta, de facto, tinha um remetente evidenciado na parte exterior do envelope. Mas à medida que o tempo passava, o nome da pessoa ia ficando cada vez mais parecida com uma simples mancha de tinta. Até que, o inevitável aconteceu: enquanto eu adormecia na banheira, o nome (dela, ou não) esborratou-se completamente.
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10 comentários:

Qéé disse...

demasiados mas..
E NUNCA TE VOU PERDOAR POR ISTO, :C

Phoenix disse...

gostei :) e boa sorte!
se ainda não o entregaste, corrige um errito "admitido à duas semanas " o à neste caso é há (não sei se vos descontam pelo português por isso achei melhor referir)

beijinho**

Panda disse...

Gostei muito! Boa sorte (: Sigo este blog também, gostei dos dois x)

Ana Catarina Oliveira disse...

Tu escreves bem mas bem !
Âdoro!

♥ marta. disse...

Gostei imenso, escreves mil bem. :o

Ki disse...

És linduh! E o mundo é perfeito! *.*

Otário Tevez disse...

hum... história fascinante

Denise Ramos disse...

*w*

Denise Ramos disse...

Isto està com qualidade Alexandre :D

Denise Ramos disse...

De nada ora ;D